quinta-feira, 4 de outubro de 2012
Medo de Sonhar.
As vezes o que sinto é um medo de sonhar, como agora. Medo de sonhar
com coisas que nunca serão verdade, medo de acreditar demais em mim.
Medo de no fim, ver que fui tola por pensar que seriam tantas coisas,
que faria tantas coisas. Mas na maior parte do tempo, sonho alto. Sonho
alto e sem medo. Acredito em possibilidades sem nexo, às vezes até
estúpidas. Me vejo abraçando o mundo, amando, vivendo, num futuro que
não passa de um sonho. Para uma pessoa com tantos altos e baixos, sonho
com certas extravagâncias e exageros incomuns. Para quem acredita tão
pouco no presente, parece absurdo imaginar e fantasiar um futuro assim,
tão incrível. Talvez seja assim, pois sempre penso que amanhã minha
vida vai começar. Sonho com um momento em que as coisas começarão a
andar. O exato momento em que eu descobrirei quem eu sou e por que
estou aqui, descobrirei meus talentos, meus vícios e virtudes. O
momento em que terei a alma completa o bastante para começar o que devo
fazer. Mas enquanto isso não acontece, me limito a escrever sobre
coisas que talvez não façam sentido para quem as ler algum dia, e
talvez não façam sentido algum nem para mim, mas confortam e geram mais
um turbilhão de sonhos que, inúteis ou não, vão formar uma parte de
mim algum dia ou então serão simplesmente a prova de que apesar de
tudo, sempre acreditei que podia algo mais.
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