“A nossa história é incompleta, vaga. Houveram
pausas demais, tropecei nas vírgulas, mas o que realmente me machucou
foi ter caído em cima do ponto final. Foi uma história de amor, mas
diferente dos livros, na maior parte do tempo, foi amor solitário, minha
única companhia foi a sua ausência, nossa história é quase um dramalhão
mexicano, eu sou um pouco exagerado, mas todo mundo sabe que o
sentimento que sinto é verdadeiro. Se alguém me lesse, entenderia o que
digo, o nosso amor, de certa forma, é incompleto, faltou muita
coisa,abraço, beijo, amasso… Não que isso seja essencial, mas todo mundo
gosta de carinho. As vezes, me pergunto se o nosso amor foi real, bem,
talvez, ele jamais tenha existido, talvez, o que existiu foi o meu amor,
as minhas esperanças, a minha vontade de você, os meus sonhos, e um
pouco de palavras suas, sim, pois você falou muito, e se você mentiu o
tempo todo, parabéns, você foi convincente. Já chorei porque não
conseguia aceitar que tudo aquilo que vivi foi mentira, é difícil
aceitar tudo isso. Sustento a ideia de que um dia, apagaremos o ponto
final que existe na nossa história, acabou tão rápido. O leitor com
certeza diria que faltou algo, nossa história não poderia ter acabado
ali, e é isso que venho sonhando. Por mais que acrescentar reticências
onde já existe ponto final machuque, não me permito simplesmente
prosseguir, algo dentro de mim me faz acreditar, algo dentro de mim
ainda te chama, existe sim uma “chama”, é o amor, solitário ou não, o
amor ainda queima dentro de mim. Eu poderia dizer aqui sobre a dor que
sinto todas as vezes que te imagino por ai, com outras pessoas,
sorrindo, sendo feliz, e eu aqui, esperando por ti, mas isso é história
pra outro capitulo, e falar disso, me machuca. Bem, é isso.”
— Capítulo que o escritor diz a respeito do amor que acabou, Cristian.
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